sexta-feira, 1 de maio de 2009

TESTE DE PERSONALIDADE

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segunda-feira, 13 de abril de 2009

sábado, 4 de abril de 2009

SOBRE RELACIONAMENTOS - Parte III


A CAIXA DE PANDORA



O escritor Paulo Coelho nos apresenta uma metáfora muito interessante: Ele diz que a distância que separa os trilhos dos trens foi decidida pelos romanos, que o fizeram em função dos carros de guerra serem conduzidos por dois cavalos que, naquela época, ocupavam esse espaço. Depois os construtores mantiveram (congelaram) esse padrão, por acomodação, superstição ou qualquer outra coisa parecida. Hoje, esse padrão é usado nos moderníssimos trens de alta velocidade.
Segundo ele, essa mesma regra é também aplicada aos casamentos. Em um dado momento da história alguém apareceu e disse que quando duas pessoas se casam elas devem permanecer congeladas pelo resto da vida. Devem caminhar, uma ao lado da outra, como dois trilhos, obedecendo a esse padrão. Qualquer coisa diferente disso contraria as regras que dizem: sejam sensatos, pensem no futuro, nos filhos; vocês não podem mais mudar, devem ser como os trilhos que mantêm a mesma distância, quer na estação de saída, no meio do caminho ou na estação de destino. Não deixem o amor mudar; não o deixem crescer no começo, nem diminuir no meio...
A maioria das pessoas acha que a promessa de “ser feliz para sempre” precisa ser mantida, mesmo que à custa da infelicidade cotidiana.
E, ao se instalar essa condição também se instala uma das catástrofes do ser humano: o medo de perder aquilo que não tem mais...
Duas pessoas se conhecem, começam um relacionamento afetivo prazeroso e gratificante. Com o passar do tempo esse relacionamento vai se modificando e deixa de ser gratificante, passando a ser desagradável e até nocivo. Essas pessoas não saem desse relacionamento porque ficam na esperança de que ele volte a ser o que era. Nada fazem para mudar esse estado de coisas; ficam somente na esperança de que elas mudem. Neste sentido, a esperança é o último mal da Caixa de Pandora...
Conta um mito grego que o titã Prometeu roubou o fogo do conhecimento dos deuses e deu aos homens. Zeus, o pai dos deuses, resolveu se vingar de Prometeu, e enviou Pandora com uma caixa cheia de males, para presenteá-lo. Prometeu (que quer dizer “aquele que tem o conhecimento prévio”) tinha um irmão chamado Epimeteu (que quer dizer “aquele que tem o conhecimento tardio”). Prometeu alertou Epimeteu para não receber qualquer presente de Zeus, porém, quando Pandora chegou com a caixa Prometeu não estava em casa e Epimeteu não se lembrando do alerta recebeu a mesma e sua mulher a abriu, de lá saindo a fome, a miséria, doenças, guerra. Quando Prometeu chegou em casa e percebeu a situação, fechou a caixa, ficando dentro dela o último mal: a “esperança”.
Aqui, a esperança é um mal porque mantêm a pessoa paralisada, sem qualquer ação efetiva, ficando somente “esperando” que venha algo ou alguém para livrá-la da situação em que se encontra, ou que por uma espécie de mágica, tudo volte a ser como era antes.
Em obediência a esse padrão ninguém deve se perguntar: por que estou infeliz? Esta pergunta traz em si o vírus da destruição de tudo. Se perguntar isso, vai querer descobrir o que o faz feliz. Se o que o faz feliz é diferente daquilo que está vivendo, ou muda de vez, ou fica mais infeliz ainda.

No casamento as pessoas se acham no direito de tentar controlar o outro, e procuram estabelecer a relação a partir de:
Exigências, querendo mimetizar o outro (mimetizar = transformar-se em algo que não se é);
Necessidades (de bancá-las, protegê-las);
Colocar o parceiro à prova;
Explicações.
Nós passamos muito tempo dando explicações sobre coisas inexplicáveis.
Quando eu explico, o outro tem o poder (eu estou em Efeito); quando eu compartilho, o poder é meu (estou em Causa).
Se eu tenho que dar explicações para que você continue comigo, você não está comigo; você está com minhas explicações.

UNIVERSO MASCULINO X UNIVERSO FEMININO
Uma das dificuldades de se manter bons relacionamentos no casamento tem origem nessa questão, senão vejamos:
Inicialmente, vamos analisar os textos a seguir, e determinar o que está certo e o que está errado:
1 - “Os homens são bem insensíveis. Meu namorado nunca quer simplesmente ficar sentado, me olhar de frente e passar um tempo apenas conversando sobre o que pensamos e sentimos; nem mesmo quer saber o que aconteceu durante o dia. Quando estou chateada ou enfrentando algum problema sério, ele tende a minimizar e me diz como resolver, em lugar de tentar entender o que estou passando, sentindo...”

2 - “Por que as mulheres gostam de gastar tanto tempo em conversas, principalmente sobre os mesmos assuntos? Minha namorada gosta de escolher um assunto e estendê-lo ao máximo, falando sobre o mesmo o tempo todo. Parece mais interessada em gastar o tempo falando sobre o problema do que tentar resolvê-lo...”

Bem, não é aplicável, nos textos acima, os conceitos de certo ou errado. As meninas constroem e mantêm amizades trocando segredos. De forma semelhante, as mulheres vêem as conversas como a base da amizade. Então, uma mulher espera que seu marido seja uma versão nova e mais profunda de sua melhor amiga. O importante não são os assuntos individuais discutidos, mas o conceito de intimidade, uma vida compartilhada, que surge quando as pessoas expressam seus pensamentos, sentimentos e impressões.
A ligação entre os meninos pode ser tão intensa quanto a das meninas, mas não se baseia tanto no diálogo e, sim, nas ações realizadas em conjunto.
Já que não consideram o diálogo o elemento que consolida uma relação, os homens não sabem que tipo de conversa as mulheres desejam e não sentem falta quando ela não existe. Isto pode desempenhar um papel muito importante na relação homem / mulher e, provavelmente, se constitui no grande entrave na comunicação entre os dois, transformando-se na principal queixa expressa pelas mulheres (de que os homens não as escutam).
Para a grande maioria dos homens não é realmente importante falar sobre o problema; o importante é agir no sentido de resolvê-lo...
Como resolver esse dilema? “O caminho do meio”: nem tanto para Vênus, nem tanto para Marte...



domingo, 29 de março de 2009

HABILIDADES



Uma coisa a que temos que ficar atentos é a habilidade; atentos a qual é a nossa habilidade e como a estamos usando.
Habilidade é a capacidade treinada de alguém conseguir atingir com êxito um determinado objetivo.
Isto significa que toda habilidade no ser humano é produto de um aprendizado e, portanto, adquirido somente através da experiência.
Significa, também, que pode ser a capacidade de deixar de fazer algo com sucesso, de fracassar, por ser esse o objetivo.
Uma pessoa pode ter habilidade para entrar lentamente em uma depressão, para ter total incapacidade de ganhar dinheiro ou para não conseguir manter uma relação que funcione.
Um indivíduo do tipo fracassado tem grande habilidade em fazer com que as coisas não funcionem. Quando sentimos pena e pensamos que ele não teve opções na vida, corremos o risco de entrar no campo de sua influência e nos colocarmos em efeito das desgraças que lhe acontecem.
Se olharmos atentamente à nossa volta, encontraremos pessoas que, em diferentes graus, acreditam que devem ser ajudadas em seus dramáticos e gigantescos problemas. Situam-se em um nível inferior, não se dispõem a mudanças e pressionam os outros para que as ajudem a qualquer custo, solicitando companhia, necessitando de dinheiro ou manifestando doenças. Esse nível em que estas pessoas se situam é o nível do DEVEM CONTRIBUIR COMIGO e quem aí se coloca tem um controle energético poderoso: maneja sua decisão de não mudar e leva as pessoas com as quais se relaciona a se sentirem na obrigação de ajudar, queiram ou não, mesmo quando já tenham prometido a si mesmas ter sido “aquela a última vez”.
Essas pessoas se colocam no fundo do poço para exercer esse poder de não fazer qualquer mudança. De onde estão, começam a impor a amigos e companheiros que as banquem como estão. O “brejo emocional” onde se encontram suga toda a energia à sua volta, sem dar nada em troca e, por mais que as pessoas usem de força e afeto para tirá-las desse lugar, nada conseguem, nada mudam.
Quando alguém desce a esse nível, relaciona-se com os demais de tal forma, que estes não têm outra opção senão aceitar seus poderosos “não me exijam”, “não me amolem”, “não me falem nada”, “nada posso fazer”, “devem aceitar-me como sou”, “faça por mim porque você pode e eu não”, enquanto assumem a responsabilidade de continuar “tentando” movê-lo.
A total incapacidade para dar, aliada a uma incansável capacidade de tragar a energia em volta, tem poder sobre a realidade e destrói qualquer possibilidade de comunicação e mudança. Se alguém está se relacionando desta forma com você, perceba que você está pondo em risco o seu próprio território, sendo imperiosamente necessário que saiba se defender, impondo limites e evitando colocar-se como cúmplice ou sob as influências dos manejos dessa pessoa, sem deixar de se interessar pelos outros e pelos problemas dos outros, porque este é, também, o objetivo de quem quer ser ecologicamente humano.
A nossa habilidade está vinculada aos papéis que desempenhamos: par, profissional, social e familiar.
Podemos ter habilidade para vencer em alguns desses papéis e para fracassar em outro ou outros.
Quais são as suas habilidades?

domingo, 22 de março de 2009

SOBRE RELACIONAMENTOS - Parte II









PERSEGUIDOR
:
Quando a relação está fora do Triângulo da Comunicação, ela está no Triângulo Dramático:
Cada vez que um dos parceiros assumir, na relação, este nefasto papel, seu objetivo não será resolver um problema, menos ainda ajudar o outro, nem buscar que ele melhore e não volte a cometer erros. Seu objetivo real será atemorizar, criticar, desmoralizar, por o outro pra baixo, deixá-lo em efeito o máximo possível.
Então, sua insuportável conduta de Perseguidor o levará a ser (ou pelo menos a querer ser) sempre quem tem razão, buscando controlar o outro com o olhar, a manipular pelo medo, logrando assim, com soberano esforço, ser um temido tirano familiar, que sempre estará só, tenso e amargurado.
Esta é uma tática para ocultar sua própria Criança, frágil, temerosa e fundamentalmente necessitada de aceitação e proteção – realidade em sua infância e fantasia no momento atual.
Este papel também pode ser exercido sem necessidade de gritos, sermões, agressões ou ameaças. A pessoa pode ser do tipo sutil, elegante, daqueles que fazem sentir sua critica de forma constante, encoberta, silenciosa. Se é assim, pertence à casta dos piores, já que é possível que até se vanglorie de jamais ter batido nos filhos, mas tendo conseguido quebrar-lhes a autonomia, uma vez que eles o sentem como um juiz silencioso e implacável, do qual não podem se aproximar sem que se sintam no banco dos réus.
SALVADOR:
Existem algumas pessoas maravilhosas que pululam pelo mundo e que, frente a qualquer situação que atravesse outra pessoa, correm para ajudar, para salvar. É provável que essas pessoas não tenham a menor consciência do dano que ocasionam com tão inadequada e ingênua conduta. É claro que esse problema é agravado porque a sociedade está sempre disposta a justificar ou glorificar esta estúpida compulsão de ajudar.
Porem, é bom saber que, quando um dos parceiros atua nesse papel e qualquer que seja a justificativa que usa para realimentar esta sua forma de relacionar-se com os outros, o único objetivo que o move será criar dependência, insegurança, impotência, demonstrar que é imprescindível, não permitindo que o outro cresça. E, sobretudo, tentará transferir para essa mesma pessoa que diz querer ajudar, seus próprios medos ou problemas não resolvidos.
Alem disso, quando, por qualquer coisa, seu papel de Salvador está em perigo, a pessoa apela para a mais formidável de suas armas, que é a culpa, alegando o muito que tem se sacrificado pelos outros, o muito que tem dado sem nada pedir (tempo, sexo, afeto, companhia, dinheiro, etc).
A “salvação” ocorre quando uma pessoa ajuda outra sem que ela peça essa ajuda (a dificuldade real da pessoa pode ser a de pedir ajuda, e quando alguém a ajuda antes que ela peça, a está impedindo de transformar-se, de crescer, a está mantendo sob sua dependência). Ocorre também quando, em sua ajuda, a pessoa faz tudo pelo outro; pelo menos 50% o outro tem que fazer sem o que estará se transformando em uma falsa vítima, alimentando a sua dependência.
VÍTIMA:
A Vítima (Falsa Vítima, para distinguir de uma verdadeira, uma pessoa vitimada por um acidente, um assalto, etc.) está em ação quando um dos parceiros interage com o Perseguidor ou o Salvador do outro, e sua conduta será uma seqüência de obediência absoluta, segundo as pautas de permissões ou proibições que gravou quando em criança.
Ao atuar com a Vítima a pessoa sofrerá um implacável e constante temor de fracassar, e, isto o levará a fazer manipulações através da culpa e do suborno, e será vitimada por um sólido sentimento de frustração. As emoções de tristeza, depressão, confusão e ansiedade caracterizarão sua vida emocional, e, é claro, não guardarão relação adequada com a realidade externa (referir-se-ão à realidade interna e ao lá-e-então, quando era criança).

Na grande maioria dos casos, a relação entra no Triângulo Dramático porque existe um conflito e cada um acha que está certo e o outro errado. A partir do momento em que esta condição se instala, a relação passa a ser dramática e o problema maior é : não há interesse em resolver o problema; existe apenas a condição de que UM ESTÁ CERTO E O OUTRO ESTÁ ERRADO.
A partir desta situação, tudo o que acontecer com estas pessoas, cedo ou tarde, se transformará em sofrimento.

Quando se estabelece uma relação com base no Triângulo Dramático, chega um momento em que há um
Empastamento do Vínculo:
- Limitação do logro externo de carícias – os dois (casal) ficam tão misturados entre si que perdem carícias de fora (sociais, afetivas, ambientais) e, ao mesmo tempo, restringem as carícias para fora;
- Nada pode ser feito em separado – é como se fizessem uma espécie de integração compacta, sólida, que não lhes permite fazer algo em separado;
- Ficam mal ao estarem juntos e também quando estão separados – é uma pseudo-lealdade. Não podem ficar juntos bem, nem podem separar-se bem. É como se ficar juntos fizesse parte da relação, mas eles não querem ficar juntos;
- Medo de ficar só, abandonado – ambos começam a ter medo: ou de ficar só ou de ser abandonado;
- Aparece a fantasia de terceiros como ameaça – qualquer coisa ameaça: pode ser uma secretária, um amigo, um colega. Ainda que realmente não exista alguém, existe a suspeita.
- Preocupação paradoxal – a pessoa se preocupa porque quer se desquitar e ao mesmo tempo se preocupa se a outra é fiel ou não.

Depois que os seis pontos estão funcionando, surge o
Papel Social Limitado:
- Rompe com todos os vínculos – não querem ir mais a casa dos pais, sair com os amigos, ir às atividades sociais. O casal começa a fechar o círculo, a ficar cada vez mais ilhado, a cortar as relações com os demais;
- Não se relaciona com os demais – se vão a uma reunião ou festa, ficam juntos, um ao lado do outro, olhando a todos, sem se falarem e sem se separarem;
- Estrutura de espionagem – um verifica o cheiro do corpo do outro, a hora que sai e chega, quais os números de telefone que liga. O outro começa a dar sinais: vai ao cinema, chega mais tarde, etc. É o momento da interação por rebelião, vingança ou intimidação. Começa a haver uma luta para ver quem torce o braço de quem
Quando os três pontos estão funcionando, obviamente fica em pedaços o
Nível de Gratificação:
- Sexualidade – não há desejo, não há carinho, não há intimidade: dois estranhos dormindo juntos sem qualquer atração;
- Fragilidade (insegurança) extrema – brigam o tempo todo; acordam de madrugada para discutir “nada”;
- Hostilidade manifesta – indiferença, mau humor; crítica à comida, reclamação da camisa manchada;
- Condutas superprotetoras – ele pergunta se ela não quer fazer uma viagem, compras (se tem dinheiro investe alto para tranqüilizá-la). Ela poderá sugerir que ele saia com amigos (depois reclama por ter chegado tarde);
- Hostilidade franca e exacerbada – insultos, agressões, empurrões, violação sexual. Se o casal tem filhos e não resolve se separar, os filhos provavelmente sofrerão muito, terão muitos problemas futuros;
- O que é bom para um é ruim para o outro – filmes, livros, amigos novos;
- Qualquer mudança é vista como perigo ou ameaça – começam a ver como ameaça, agressão ou ato hostil as atividades de crescimento (mudanças) do outro.

Existe um pequeno problema que padece 70% dos casais, quer sejam recém casados ou tenham 30 anos de relação, que é o que chamamos TERCEIRO PARTIDO.
Quando duas pessoas estão constantemente brigando, nós podemos desconfiar que elas estão em efeito de uma terceira pessoa que se chama Terceiro Partido. O Terceiro Partido não é psicológico, é social: é alguém com nome, apelido, carteira de identidade, CPF, etc. É uma pessoa real que está atuando de tal maneira que faz com que as outras duas estejam constantemente em briga. O Terceiro Partido tem três características:
1 – está presente na relação;
2 – passa despercebido;
3 – atua com freqüência.
O Terceiro Partido gera um clima de desentendimento pleno. Quando ele fala, normalmente diz: “eu não quero que você mencione isto, mas...”.
O Terceiro Partido não é necessariamente uma pessoa agressiva, grosseira ou violenta. Às vezes é uma velhinha. Exemplo: o Terceiro Partido é uma avó. A neta fala com a avó sobre mãe; a avó fala para a mãe sobre a neta; a mãe briga com a neta.
O Terceiro Partido é uma mãe (ou cunhado), o marido A e a esposa B:
O 3o Partido fala para B sobre A; B fala para o 3o Partido sobre A; 3o Partido fala para A sobre B; B e A brigam.
Nestes casos, para que a relação volte a funcionar, é necessário que o casal identifique e retire o Terceiro Partido do meio.
Não é conveniente usar veneno, arma de fogo, arma branca ou empurrar do 10° andar.
Técnica para resolver a questão do Terceiro Partido:
1 - É necessário desmascarar o Terceiro Partido sem conflitos ou brigas;
2 – Se os dois (casal) percebem que existe um Terceiro Partido por trás de suas brigas e ambos estão dispostos a consolidar a relação, têm que se por de acordo e comunicar ao TP esse acordo;
3 – Se o Terceiro Partido tentar dar alguma explicação, não permitir e voltar a informar a decisão do casal;
4 – A palavra porque deve ser eliminada dessa conversa. Porque gera explicações, que gera brigas, etc. O casal não deve dar nem pedir explicações, deve apenas comunicar a sua decisão.
5 – Por último, a conversa acima não pode durar mais do que 5 minutos. Se ultrapassar esse tempo, vai virar jogo, que leva a discussões, brigas, etc.

Não é necessário brigar para TER RAZÃO, é necessário brigar para estar OK.
Quem não está disposto a lutar para viver bem merece viver mal.
Referências bibliográficas:
1 - Sandoval Barretto. Ecologia Humana nos Relacionamentos, Edotora Biblioteca 24x7, São Paulo, 2008;
2 – Juan José Tapia. Guia a la Okeidad, Editorial Okedad, Buenos Aires, 1982;
O Prazer de Ser, Editora Gente, São Paulo, 1993;
Viva bien... o Muérase! – Manual de Ecologia Humana, Editorial Okeidad, Buenos Aires, 1994.

quinta-feira, 19 de março de 2009

SOBRE RELACIONAMENTOS




As relações, para serem gratificantes, têm que estar sustentadas no Triângulo da Comunicação:








Afinidade
– é gostar de algumas coisas que o outro gosta; é sentir prazer em estar com o outro; é um fluxo que se move de dentro de uma pessoa em direção a outra.
É a habilidade (auto-permissão) para me aproximar ou me afastar da outra pessoa (dizer sim ou não) quando eu quiser. É um processo em movimento, e quando há movimento o aproximar-se ou afastar-se (sim ou não) não põe a relação em perigo.

Quando um quer e o outro não aceita e há conflito, é porque não há permissão para afastar-se, ou dizer não, ou ter autonomia interna. É porque a relação está deixando de ser fluida, de ser processo, movimento, energia, e está se tornando estrutura, massa. É porque um está querendo ser dono do outro.

Negamos a nossa capacidade de vivenciar a experiência quando discutimos, e normalmente saímos de uma discussão piores do que entramos.
A relação é o que está acontecendo agora, não o que aconteceu ontem ou no mês passado.
A minha experiência de você é a que estou tendo agora; a experiência anterior que eu tinha de você já não é mais válida.
È claro que o sim ou o não tem que ter coerência (bom senso), caso contrário gera a reatividade. Se eu vivo dizendo não, estou atuando reativamente na relação.

Um excessivo sim gera um constante não; um excessivo não gera um desesperado sim.

Intercâmbio – significa que existe uma troca de Fluxo de Saída (dar) e Fluxo de Entrada (receber): quando um está no Fluxo de Entrada (recebendo atenção, carinho, colo, sendo protegido, etc.), o outro deve estar no Fluxo de Saída (dando, protegendo, etc.).
Significa que existe real troca de posições (Fluxo de Entrada x Fluxo de Saída), para que a energia flua entre os dois, numa dinâmica de prazer e satisfação mútua.

Na relação, o DAR e o RECEBER têm que ser harmônicos.
Isaac e Sara, dois israelitas, se casaram e logo Sara ficou grávida. Como em Israel não havia condições de Isaac ganhar dinheiro para o sustento da família, ele resolveu ir para a Turquia trabalhar. Lá já trabalhavam parentes e conterrâneos seus por isso não foi difícil para ele conseguir um bom emprego.
Um ano depois de estar na Turquia, ele conseguiu economizar 100 mil dólares que, aproveitando a ida de Jacob, um conterrâneo, para Israel, ele resolveu enviar para Sara.

Quando falou com Jacob, ele concordou em levar o dinheiro desde que recebesse uma comissão, já que estaria arriscando a sua vida prestando esse serviço.
Isaac ofereceu 5% de comissão, que Jacob recusou, já que achava que merecia ganhar mais. Houve uma discussão relativamente longa sobre o assunto, até que Isaac, pegando uma folha de papel escreveu:

“Estou enviando para Sara 100 mil dólares por intermédio de Jacob, e autorizo este a entregar a Sara o que ele quiser. Ass. Isaac”.
Durante a viagem Jacob foi se questionando sobre o risco que estava correndo em levar aquele dinheiro para Sara, a ponto de não sair do camarote do navio em que viajava, por medo.
Ao fim da viagem, Jacob chegou a conclusão que tinha direito à 95 mil dólares (95% dos 100 mil dólares que Isaac havia enviado), e que Sara, que nenhum risco correra, tinha direito a 5 mil.

Quando entregou a quantia a Sara, ela se recusou a receber, dizendo que Isaac havia enviado 100 mil. Então Jacob mostrou o papel com a declaração de Isaac. Nova discussão aconteceu, até que eles foram ver um rabino muito sábio, que conheciam.

O rabino ouviu os dois, leu a declaração escrita por Isaac, depois perguntou a Jacob:

- Quanto é mesmo que você quer?
Jacob respondeu:

- 95 mil.

O rabino, então, concluiu:

- Está escrito aqui que você deve entregar a Sara o que você quiser; como você acaba de me dizer que quer 95 mil, é este valor que você deve entregar a Sara.
Você deve estar se perguntando o que esta estória tem a ver com relacionamentos. Numa relação à dois, o que cada parceiro quer do outro, é o que ele deve dar. Se quer muito carinho e atenção, deve dar muito carinho e atenção.

Por outro lado, cada um dos parceiros deve ficar atento ao que está recebendo do outro: se o outro está dando pouco, é sinal de que ele quer pouco, e pode estar recebendo demais...

Congruência - é quando eu posso ser autenticamente o que sou quando estou com você e vice-versa. Eu posso dizer o que sinto, o que penso, e atuar sem medo.
Não tenho que sustentar a relação ao preço de guardar sentimentos, deixar de fazer o que gosto, etc.

Muitos homens exigem que as mulheres abandonem certas ações para poder estar com eles; as mulheres fazem o mesmo. Para que possam estar juntos aceitam, mas, com o passar do tempo, não agüentam.

Onde há congruência não existe ocultamentos. Quando ocorre ocultamentos na relação? Quando o que eu penso ou sinto deveria ser conhecido pelo outro a fim de que ele saiba em que relação está, e eu oculto. Quando o que eu penso ou sinto interfere, de alguma maneira na relação, e eu oculto.

Se aconteceu algo comigo que não ameaça a relação, eu não necessito contar: não é ocultamento. Eu tenho direito à minha privacidade.
Quando algo deve ser dito na relação? Quando a pessoa crê firmemente que aquilo que for dito irá contribuir para a relação crescer. Não sendo esse o caso, será um Ato Hostil (ação que visa desqualificar o Sentir, o Ser, o Fazer ou o Ter da outra pessoa). Exemplo: “Fulano passou a festa toda me paquerando”; “tem uma gata lá no trabalho dando mole pra mim”.


SOBRE-ALCANÇAR – é pretender que o outro queira o que eu quero; que o outro me dê o que eu preciso; me dê o que eu espero. Sobre-alcançar é não permitir a liberdade do outro.

A técnica para alcançar sem sobre-alcançar tem quatro partes:

1 – toque e retire-se (diga o que pretende fazer ou peça o que quer, e dê tempo para o outro refletir);

2 – aqui e agora - algo em função do presente (evite ficar se queixando de coisas que acontecerem ou que o outro fez no passado);

3 – seja específico (diga claramente o que quer);

4 – na primeira pessoa - EU. Fale de si mesmo, dos seus sentimentos, dos seus desejos. Normalmente, o que as pessoas fazem é falar na 2ª ou 3ª pessoa, acusando o outro (Você fêz isso! Você fêz aquilo!...).

A chave é que seja um pedido e não uma reclamação de necessidade
.
Quando o SOBRE-ALCANÇAR se instala na relação, esta sai do Triângulo da Comunicação e entra no Triângulo Dramático.

Este será o tema da próxima postagem.

terça-feira, 17 de março de 2009

TER QUE TER RAZÃO



No processo de comunicação, quer na área organizacional, educacional, familiar ou de casal, o fenômeno TER RAZÃO é o fator de maior destrutividade e se constitui numa das grandes catástrofes na existência dos homens.
Quando percebemos que duas pessoas estão lenta e determinadamente destruindo a sua relação, que todo afeto, carinho e reconhecimento começou a se quebrar, podemos imaginar que o TER RAZÃO está destruindo a comunicação dessas pessoas.
Para melhor compreender isto, temos que entender que o TER RAZÃO pode ser de dois tipos:
1 - A pessoa acredita que tem razão sem realmente ter;
2 - A pessoa acredita que tem razão e realmente tem.
Para o processo de destruição da comunicação é secundário que a pessoa tenha ou não razão. O importante é que ela exerça o TER RAZÃO para obrigar o outro a submeter-se à razão que ela tem.
Também não é suficiente que ela apenas pense que tem razão, é necessário que o outro aceite a sua razão.
TER RAZÃO dá à pessoa o poder para que ela se imponha sobre as demais.
Quando uma pessoa se relaciona através do TER RAZÃO, procura permanentemente mostrar as falhas (reais ou inexistentes) do outro, de forma a gerar nele a insegurança.
A pessoa que assume o lugar do “incorreto”, normalmente, reage de acordo com a seguinte seqüência:
Primeiro se submete;
Depois sente raiva;
Depois reage; e.
Por último, faz ocultamentos (oculta o que pensa, sente e faz).
É bastante comum e destrutivo, numa relação deste tipo, a pessoa que ocupa o lugar do “correto” dizer: ”Viu como eu tinha razão?”; “Bem que eu lhe avisei!”; “Eu lhe disse!”.
Quando uma pessoa tem necessidade de TER QUE TER RAZÃO, a compulsão de exigir que o outro se submeta é praticamente arrasadora.
As mulheres fazem com os homens; os homens com as mulheres; os pais com os filhos; os educadores com os educandos; os chefes com os subordinados; a secretária com o chefe, etc.
Ao se investir nisto, somente se consegue que o outro perca a sua habilidade, a sua eficiência, pois, durante o tempo todo ele estará sendo levado a reconhecer a sua falha e a se submeter, seguindo daí a seqüência acima.
O TER QUE TER RAZÃO desfaz organizações (familiares ou de trabalho). Um líder que não permite aos seus liderados ocuparem o lugar do “correto”, está rompendo a fidelidade e a credibilidade do grupo, e, isto leva os participantes a ocultar, a não dar todas as informações, a guardar as informações para si mesmos, a mentir, porque passam a viver o contexto de uma relação paranoide.
Diante do exposto, podemos nos dar conta de que o TER RAZÃO é uma desnecessária exigência que não produz soluções construtivas e que o TER QUE TER RAZÃO é uma maneira destrutiva de submeter o outro, sendo absolutamente secundário, sem qualquer importância, o fato de se ter ou não razão.
De alguma forma o TER QUE TER RAZÃO anula ou evita o contato com o outro, e, o relacionamento atinge seu nível mais baixo quando as pessoas discutem RAZÃO. Quem procura RAZÃO, dificilmente encontrará SOLUÇÃO.
A catástrofe se torna maior quando alguém pensa que está errado (ocupa o lugar do “incorreto”). Se pensa assim, significa que a pessoa que tem razão tem poder sobre ele. E, quanto mais RAZÃO tiver essa pessoa, mais equivocado estará o outro. Quanto mais equivocado, menos direito terá; menor capacidade de reação; mais inadequação; maior comprometimento e incapacitação no seu “fazer”.
Daí, ser importante que você possa se dar conta de que, se está numa relação deste modelo, você está em real perigo mental ou emocional.
Quando uma pessoa que está sempre certa convive com outra que está sempre errada, seria mais decente que a que nunca falha saísse da relação e buscasse alguém igual a ela. A razão pela qual ela não sai é porque os erros da outra pessoa ocultam os seus próprios erros.
Cada um tem o direito de recuperar a sua capacidade de poder estar certo, e não pode permitir que outra pessoa lhe coloque no lugar do incorreto. Se você permite que isto aconteça, está se colocando em um beco sem saída, a menos que corte a relação.
Uma maneira eficaz de se lidar com uma pessoa que quer ter sempre razão, é dar-lhe razão sem se submeter, sem ocupar o lugar do “incorreto”, recusando a partir daí o propósito da discussão, sem a necessidade de ser explícito.

segunda-feira, 16 de março de 2009

COMENTÁRIOS SOBRE OS TEMAS ABORDADOS NO LIVRO: ECOLOGIA HUMANA NOS RELACIONAMENTOS

1 – QUEM SOU EU E QUEM SÃO OS OUTROS (Comunicação intrapessoal)
Toda comunicação (ou falta de comunicação) que estabeleço com as outras pessoas, tem início na comunicação que estabeleço comigo mesmo (na forma como eu me percebo).
Neste capítulo abordamos, de forma teórico/prática, a estrutura da personalidade a partir da visão da Análise Transacional, com tópicos de Ecologia Humana sobre as opções para um melhor convívio consigo mesmo e com os outros (a maneira habitual como cada um sente, pensa, fala e atua frente ao meio externo para satisfazer as suas fomes básicas).

2 – COMUNICAÇÃO: REALIDADE E FANTASIA (Comunicação interpessoal)
Conhecendo a minha personalidade eu posso perceber como me relaciono com os outros, quais as formas saudáveis de me relacionar, onde eu devo investir e quais as patológicas que devo mudar ou suprimir. Por que eu sou “fisgado” por determinadas pessoas e com elas me comporto de forma raivosa, amedrontada, etc.
Neste capítulo abordamos as Transações, segundo instrumento de Análise Transacional, também enriquecido com tópicos de Ecologia Humana.

3 –A MAGIA DO CONTATO (Estímulos sociais)
Uma das fomes básicas do ser humano é a fome de estímulos (isto é tão importante, que o maior castigo para o prisioneiro é a solitária, onde ele fica impossibilitado de receber estímulos). Ao construirmos a nossa personalidade, que normalmente acontece até os 10 anos de idade, nós definimos a forma como iremos nos relacionar com os outros, e que tipo de estímulo daremos ou receberemos (estímulo positivo, construtivo ou estímulo agressivo que produz mal estar). Isto faz parte de nosso “Sistema de Crenças”, que será abordado neste capítulo.

4 – A JANELA PELA QUAL EU VEJO O MUNDO (Posições existenciais)
Este capítulo aborda a forma como eu me percebo e percebo os outros (a janela pela qual eu vejo o mundo). Se esta janela tiver um vidro sujo ou deformado, esta será a minha visão do mundo e/ou de mim mesmo. Nesta abordagem, mostraremos as formas de se limpar esse vidro ou trocá-lo (Ecologia Humana).

5 – EMOÇÕES
O que eu penso, determina ou reforça o que eu sinto e vice-versa (o que eu sinto norteia o meu modo de pensar). O conjunto dos dois (pensamento e sentimento), decisivamente, define o meu comportamento. Normalmente nós dizemos que os outros são responsáveis por aquilo que sentimos. Isto é uma falácia, que procuraremos demonstrar neste capítulo, onde construiremos o entendimento de que nós somos responsáveis pelos nossos sentimentos, e que podemos mudá-los.

6 – TEMPO DE VIVER (Estruturação do Tempo)
Capítulo dedicado às formas sociais de estruturação do tempo com embasamento em Análise Transacional, enriquecido com tópicos de Ecologia Humana.

7 – JOGOS PSICOLÓGICOS
Todos nós fazemos jogos psicológicos. É uma forma não saudável de nos relacionarmos, onde, supostamente evitamos nos comprometer (evitamos mostrar quem realmente somos, com medo de sermos rejeitados), usando, para isto uma máscara (a Persona). Uma pessoa atenta poderá perceber que periodicamente repete comportamentos ou interações com outras pessoas, que culminam por fazê-la sentir-se mal.
Aqui abordamos os jogos psicológicos, que fazem parte do nosso sistema de crenças e nos impedem de ser assertivos, espontâneos e sinceros. É como se usássemos uma máscara de oxigênio, com um botão regulador da entrada de ar. Quando nos comportamos bem, alguém vem a abre o botão, nos permitindo respirar satisfatoriamente. Quando nos comportamos mal, essa pessoa fecha mais o botão e respiramos com dificuldade. A qualquer momento podemos tirar a máscara, mas não o fazemos porque ficaremos diferentes dos outros.

8 – ECOLOGICAMENTE HUMANOS
Capítulo dedicado à abordagem da Ecologia Humana propriamente dita. A Ecologia Humana foi criada pelo Dr. Juan J. Tapia, com uma enorme massa de dados próprios e oriundos de diversas teorias tais como: Psicologia Analítica de Jung, PNL, Aprendizagem Acelerativa, Análise Transacional, Física Quântica, Teoria Holotrópica da Mente e muitas outras, formando um verdadeiro arsenal de tecnologia aplicável ao desenvolvimento da ética individual, a partir de uma visão educacional, organizacional e psicoterapêutica, usando todos os meios de comunicação disponíveis.
A Ecologia Humana é uma teoria sobre a convivência, a ética e a condição humana. É um conhecimento aplicável ao serviço da supervivência do Ser, através de um treinamento sistemático, que tem como objetivo recuperar a harmonia com o meio ambiente e devolver o respeito e a ética aos Deveres Humanos.
A meta da Ecologia Humana é devolver aos seres humanos uma capacidade que trazem latente desde a concepção: poder viver com plena autonomia, com o máximo de seu potencial e auto-estima, em função de uma ética essencial e de uma inata necessidade de auto-proteção, auto-abastecimento e auto-realização .

TEMAS ABORDADOS:
01: Espaço e Território - é o descobrimento do "entorno" essencial onde se desenvolve o processo de mudança do Ser Humano. A sua importância se dá pelo fato de permitir compreender em profundidade o que é viver ecologicamente consigo mesmo, com os outros e com o universo.
02: Causa e Efeito - qual a minha postura e posição diante da vida: sou Causa, gerando efeito nos outros ou sou Efeito (vítima) dos outros.
03: Okeidade – Tônus Emocionais e Fomes Básicas: motivação essencial de todas as ações que tendem a preservar a vida em primeira instância (Sobrevivência); e a evolução humana em segunda instância (Supervivência) na superfície do planeta.
04: Anatomia e Fisiologia da Mente - Introdução - trata-se de uma teoria sobre a mente e a inteligência humana com interação com os modelos da Psicanálise, da Análise Transacional, do Condutivismo, da Gestalt, da PNL e outros.
05: A matriz da aberração mental – a partir da compreensão da Anatomia e da Fisiologia da mente, buscamos a compreensão da Mente Efeito e o estabelecimento das bases para uma educação psicoterapêutica e psicopreventiva.